Avental
A Festa no Céu
Num tempo em que os animais falavam, correu uma notícia entre os bichos
de que ia acontecer uma festa no céu.
Toda a bicharada ficou animada! Festa!?
Oba! Que beleza! E no céu ainda! Ah! Todos queriam ir é claro!
Mas, no meio daquele falatório todo, apareceu um beija-flor com uma
novidade:
- Só poderia ir na festa, bicho
que soubesse voar!
- O quê? - falou o macaco
- Como assim? - resmungou a raposa
E todos os que não sabiam voar ficaram muito zangados e chateados...
Menos o sapo.
É que o sapo já tinha tido uma bela ideia para conseguir chegar à festa:
O urubu era o músico do
pedaço. Não sabia cantar mas tocava uma viola como ninguém!
Pois bem, no dia da festa, o sapo, aproveitando um momento de distração
do urubu, entrou pelo buraco e se escondeu
dentro da sua viola.
O urubu passou a mão na viola e foi voando pra tão
esperada noite!
Chegando lá, colocou a viola num canto e foi cumprimentar os amigos,
tomar uma bebida antes de começar a tocar.
Nesta hora o sapo saiu bem de fininho de dentro
da viola e foi para o grande salão!
Nossa! Era um lugar como ele nunca havia visto: "tapete de nuvens, paredes de por do sol e céu de
madrugada estrelado". Nem podia acreditar no que seus olhos
viam.
Quando recuperou o fôlego, saiu pulando e dançando.
A surpresa foi geral. Como é que o sapo, bicho feio e sem asas, tinha
conseguido chegar ali?
Sabe o que ele respondia?
- Voando... e dava risada.
Depois de muito dançar, cantar, comer, beber, gargalhar, os animais
foram ficando cansados e aos poucos começaram a ir embora.
O sapo achou que estava na hora de se esconder de novo para voltar para a terra.
Discretamente, sem que ninguém visse, entrou novamente no buraco da
viola e ali ficou, bem quietinho. O urubu foi um dos
últimos a sair. Tinha comido bastante e estava se sentindo bem pesado.
Mas no meio da caminho, achou que aquele peso estava exagerado. Ficou cismado.
Começou a cantarolar uma música. O sapo, distraiu-se e começou a dançar!
O urubu imediatamente percebeu o movimento do sapo! Olhou pelo buraco da
viola e viu ali, o sapo, fazendo ele de burro de
carga. Ficou com raiva. Olhou lá dentro da
viola e disse:
- Ah! Então foi assim que você veio para a Festa no Céu? Me fazendo
carregar todo este peso! Você me paga! Daqui você não
passa!
E virou a viola de cabeça para baixo!
O sapo foi caindo, caindo, caindo...
Ainda tentou gritar:
"- Pedra sai de baixo, se não e te esborracho!"
Mas a pedra não saiu. E o sapo, se espatifou todinho.
Depois, os bichos da terra ficaram com pena dele. Recolheram todos os
seus pedacinhos e remendaram.
Dizem que é por isso que o sapo tem a pele toda costurada até hoje!
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